Enfermeiros preparados para o crime


"Polícias vão ter ajuda especializada em matéria forense através de curso da Escola Superior de Enfermagem.

(...) A necessidade de repensar o papel do enfermeiro num cenário de crime ou perante uma vítima resultou de 15 anos de experiência do enfermeiro Albino Gomes. No serviço de emergência pré-hospitalar, no Garcia de Orta, em Almada, o enfermeiro lidou com casos de violência doméstica, vítimas de facadas, tiros, crianças mal tratadas. E deparou sempre com o mesmo problema: como lidar com estas vítimas e preservar provas de forma a não prejudicar a investigação policial?

"Somos os primeiros a chegar ao local, muitas vezes somos nós quem acciona a polícia, damos informações e cabe-nos tentar não destruir vestígios", refere Albino Gomes, o coordenador da primeira pós-graduação de Enfermagem Forense, que começou sexta-feira na Escola Superior de Enfermagem S. Francisco das Misericórdias, em Lisboa.

A Enfermagem Forense é já uma realidade noutros países europeus, mas em Portugal falha. Em Agosto, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, uma vítima de violação esperou 12 horas - sem poder comer ou lavar-se - por um perito em Medicina Legal. "Se houvesse investimento nesta área, qualquer enfermeiro prestaria os primeiros cuidados e até faria uma zaragatoa para poupar a vítima a tamanho sofrimento", refere o enfermeiro João Paulo Nunes, director da Escola Superior de Enfermagem." (...) Fonte: DN


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